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A África do Sul vai bombardear uma ilha com toneladas de veneno

A Ilha Marion, na África do Sul, sempre foi um refúgio essencial para aves marinhas. Contudo, uma infestação de roedores alterou drasticamente essa realidade. Hoje, os ratos atacam filhotes e até albatrozes-errantes adultos, devorando-os vivos. Como resultado, centenas de milhares de aves morrem anualmente devido a esses ataques.

Esses ratos domésticos chegaram à ilha no século XIX, trazidos por caçadores de focas. Desde então, os roedores se tornaram uma ameaça séria para a sobrevivência das aves. Para combater esse problema, foi tomada uma medida drástica: bombardear a ilha com iscas venenosas.

Em 2023, o conservacionista Mark Anderson revelou que os ratos começaram a atacar albatrozes adultos, não apenas os filhotes. As aves, que evoluíram sem predadores terrestres, não sabem como se defender. Elas sofrem intensamente, com feridas e infecções causadas pelos roedores, que as deixam agonizando por dias.

Projeto Mouse-Free Marion (MFM)

O projeto Mouse-Free Marion (MFM), com o objetivo de erradicar os ratos, terá um custo de 26 milhões de dólares (aproximadamente 535 milhões de reais). Esse financiamento vem de apoio governamental, além de uma campanha de arrecadação de fundos. O objetivo é eliminar os roedores de uma área de 30 mil hectares na ilha.

Efeito Hidra

No entanto, erradicar os ratos não será uma tarefa fácil. Isso se deve ao fenômeno do Efeito Hidra. Os ratos podem ter até cinco ninhadas por ano, com seis a oito filhotes por vez. Esse fenômeno, inspirado na mitologia grega, descreve como certas intervenções podem, na verdade, agravar o problema. Ao usar veneno, corre-se o risco de alguns ratos sobreviverem e, ao se reproduzirem, gerarem uma população mais resistente e ainda mais difícil de controlar.

Um exemplo clássico do Efeito Hidra ocorreu na Califórnia, quando cientistas tentaram erradicar caranguejos invasores. Durante a campanha, conseguiram eliminar 90% da população. No entanto, ao reduzir o número de caranguejos adultos, que controlavam naturalmente as crias, o número de caranguejos aumentou drasticamente, atingindo 300 mil indivíduos, o que piorou ainda mais a situação.

Fonte: xataka

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