01.11.2024 23H32
Dias após a maior enchente do século na Espanha, que deixou 205 mortos, moradores pediram ajuda das autoridades nesta sexta-feira (1º). Parte da população de Valência, a terceira maior cidade da Espanha e onde a enchente tomou parte das ruas, empilhou carros e deixou um cenário de “terra arrasada”, estava sem comida, energia e água nesta sexta.
Autoridades locais e nacionais enfrentam uma onda de críticas por não terem enviado alertas à tempo.
Nesta sexta, o número de mortos subiu para 205, e ainda havia dezenas de desaparecidos. O ministro dos Transportes espanhol afirmou que muitas pessoas ficaram presas dentro de carros.
Dezenas de ruas ainda tinham carros empilhados por conta da força da água, e houve saques a supermercados e shoppings. A Polícia Nacional da Espanha prendeu cinco pessoas acusadas de saquear uma loja de joias em um shopping em Aldaia, municipio na região metropolitana de Valência.
Nesta sexta-feira (1º), o governo espanhol determinou o envio do Exército para a região. Segundo o governo, militares ajudarão na limpeza de ruas e no envio de alimentos a moradores do sul de Valência, a parte mais afetada pela enchente.
Desde quinta-feira, centenas de pessoas começaram a ir ao sul de Valência com rodos e alimentos em mutirões organizados pelas redes sociais para ajudar a população local. Nesta manhã, no entanto, a Defesa Civil pediu para que voluntários parem de ir à região afetada para não atrapalhar o trabalho de resgate, que ainda estava em curso nesta sexta.
Em um cenário de “terra arrasada”, equipes de resgate ainda buscavam por corpos de vítimas nesta sexta, principalmente nos bairros do sul e nos municípios ao lado de Valencia, como Paiporta e Torrent, os mais afetados. A suspeita é que a maioria dos desparecidos estejam dentro de carros que foram engolidos pela lama.
A costa mediterrânea da Espanha, onde a cidade de Valência está localizada, está acostumada a tempestades de outono que podem causar enchentes, mas esta foi a mais poderosa a atingir a região neste século.
Cientistas relacionam o evento às mudanças climáticas, que aumentaram a temperatura do mar Mediterrâneo.
Vídeos compartilhados nas redes sociais durante a noite mostraram pessoas presas pelas águas da enchente e outras em árvores para evitar serem levadas pela correnteza.
Fonte: G1