Em Wolfwalkers, vemos de forma mais delicada e não tão direta de problematizar paradigmas já enraizados na sociedade. Pelo visual semelhante a desenhos, a mensagem chega como um filme infantil, mas que se mostra, mais tarde, como algo para todas as faixas etárias, além de seu conteúdo ser bem-vindo até nas mentes mais fechadas.
Wolfwalkers é mais um trabalho do cineasta irlandês Tomm Moore, que mergulha nas origens do folclore irlandês e explode em esplendor visual. O longa-metragem de US$ 2 milhões de orçamento (que bate de frente com os US$ 200 milhões de Soul) traz o aconchego de uma obra aquarela e exploração do uso das cores em uma história até então inocente, mas que está longe de ser considerada infantil ao ter suas camadas descobertas.
Atenção! Esse texto pode conter spoilers sobre o filme.
O longa é ambientado em 1650 e acompanha a pequena Robyn (Honor Kneafsey), filha única do caçador Bill (Sean Bean). Ambos acabaram de se mudar da Inglaterra para a cidadezinha medieval Kilkenny, pois o pai fora convocado para ajudar com o extermínio dos lobos na floresta que rodeia o vilarejo em que vivem temporariamente. A jovem é hiperativa e sonhadora, disposta a ser uma caçadora após passar anos se espelhando nas habilidades com armadilhas e equipamentos de caça dos mais velhos — estes, por sua vez, sempre cortando suas asas e direcionando-a para tarefas domésticas.
Tudo muda quando Robyn escapa de seu vilarejo e adentra a floresta, determinada a matar um animal com as próprias mãos. No entanto, ela acaba conhecendo a pequena Mebh (Eva Whittaker), uma wolfwalker, criatura mística que, ao adormecer, vê seu espírito desdobrar-se do corpo e assumir a forma de lobo.
A partir desse momento, o conto irlandês cria forma nas mãos de Moore e do roteirista Ross Stewart, que trazem a mitologia para mais perto do conhecimento global como uma verdade maior, traduzida por sentimentos e inigualáveis ilustrações do estúdio Cartoon Saloon.
Confira o trailer:
Wolfwalkers é filme que não se deve ignorar, mas muito pelo contrário, o título escondido no catálogo do Apple TV+ merece tanto apreço como qualquer longa da Disney, Pixar ou Dreamworks de um público de qualquer faixa etária.
Fonte: canaltech
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